(VÍDEO) Frederico Varandas dirigiu-se ao Benfica nos festejos do título na Câmara Municipal de Lisboa
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, discursou esta segunda-feira nos Paços do Concelho, onde o plantel e equipa técnica leonina foram recebidos por Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, após a conquista do campeonato nacional. A intervenção de Varandas foi marcada por elogios aos adeptos, à equipa, à estrutura do clube e até ao rival Benfica.
Varandas começou por destacar o papel dos sportinguistas ao longo da época: “A primeira palavra vai para os adeptos do Sporting. Obrigado por terem lutado connosco, lado a lado. Nos estádios, na estrada, nas ruas, muitas vezes a carregar a equipa às costas nos momentos mais difíceis. Obrigado pela dedicação e entrega, e sobretudo por terem acreditado até ao fim que aqui estaríamos.”
Referiu-se ainda às dificuldades que antecederam a festa do título, agradecendo o esforço da autarquia: “Eu quero agradecer ao presidente Carlos Moedas, porque foram mais de 24 horas a tentar encontrar razões técnicas para que não houvesse razões que impedissem a festa. Sou militar e respeito muito todas as ordens de todas as forças de segurança, mas não tratem os adeptos do futebol como criminosos. Não prejudiquem o futebol, o futebol faz parte da nossa cultura. Os adeptos têm paixão pelo futebol, não os castiguem por alguns que não se sabem comportar. Que lição deram os nossos adeptos, deram uma lição de como festejar.”
Depois, dirigiu palavras de respeito ao rival encarnado: “As minhas segundas palavras vão para o nosso grande rival. Que luta que foi. Foi um digno vencido e valorizou muito a nossa conquista. Não venceram, mas não deixaram de lutar pelo campeonato, honra ao nosso rival.”
Varandas prosseguiu com agradecimentos internos, começando por ex-membros da estrutura: “Quero-me dirigir para quem não está aqui hoje. Ruben Amorim, João Pereira e Hugo Viana também são campeões, muito obrigado pelo que fizeram para estarmos aqui hoje.”
Seguiu-se o reconhecimento ao feito da equipa atual: “O grande destaque é para quem está aqui, o bicampeão, meus senhores, algo que não acontecia há 71 anos. Não tínhamos o maior orçamento nem o maior investimento, mas fomos quem fez mais pontos, a melhor defesa, o melhor ataque e liderámos o campeonato em 30 jornadas. Tivemos o melhor marcador, o melhor jogador, há dúvidas? Há muito mais para contar, para além destes números. Que ano que isto foi.”
E deixou elogios calorosos aos jogadores: “Deixem-me dirigir para os heróis deste campeonato: os jogadores. São heróis pelas saídas inesperadas que tivemos, pela onda de lesões que foi inacreditável. Chegámos a não ter por vários jogos um único médio disponível. Tivemos lesões graves e longas em jogadores-chave do nosso plantel. Quando muitos começaram a tremer, este grupo nunca duvidou. Agarrámo-nos uns aos outros. Em cada jogo lutámos com tudo o que tivemos e lutámos até ao fim. De todos os títulos, este foi o título mais saboroso até hoje.”
Sobre o atual treinador, Rui Borges, Varandas não poupou nos elogios: “Já ouvi muitas vezes que o nosso treinador é de Mirandela. É-me indiferente se é de Mirandela, da Praça de Londres ou de Cascais. O que me interessa é a sua capacidade e a sua gestão. Também já ouvi dizer que nunca estudou, mas vou-lhe dizer: é licenciado e doutorado em carácter e nobreza. Pode dar muitas explicações a pessoas que nunca conquistaram nada, mas se acham muito porque falam na televisão. Ainda tenho que dizer que lhe tenho que tirar o chapéu pela capacidade em que se teve que adaptar. Não apenas se adaptou, mas venceu. Quantos conseguem fazer isto? Este adaptou-se, venceu e sagrou-se campeão. Este treinador conseguiu fazer 19 jornadas sem perder, foi à Luz, ao Dragão, a Braga e nunca teve o onze de gala disponível que andou a jogar nas primeiras onze jornadas.”
Frederico Varandas valorizou ainda a estrutura do clube: “Não posso deixar de agradecer no que hoje se tornou indispensável no Sporting: a estrutura. Deu suporte a três treinadores, integrou e adaptou duas equipas técnicas. É uma estrutura que não tremeu, é vencedora, sem lamentação e sem desculpas.”
Sobre o percurso da sua presidência, recordou: “Durante o ano fomos lendo gurus de comunicação. Só posso dizer que percebem muito pouco de liderança e de como tornar o clube vencedor. Em maio de 2019 estivemos aqui pela primeira vez, depois de duas taças com Marcel Keizer. Discursei nesta casa e disse que mais importante que os títulos é o rumo que o clube está a percorrer. Hoje, para os mais distraídos, desde que esta direção entrou em funções, o Sporting conquistou três campeonatos. Os nossos rivais, dois cada um. O Sporting desde 2018 é o número 1 em Portugal.”
Por fim, deixou uma mensagem emocionada aos mais novos e aos adeptos em geral: “Isto ainda parece mais surreal se nos lembrarmos que não vencíamos um campeonato há 17 anos e estávamos no pior período da história. O segredo? Amor pelo clube, espírito de missão, coragem e muita racionalidade. Hoje vejo aqui à minha frente muitos jovens e muitas crianças. Uma das razões pela qual decidimos tomar conta deste clube foi para vocês não passarem o que a minha geração passou. Tenho em casa dois filhos, um com cinco anos e já viu o Sporting ser campeão três vezes. E a minha filha que faz hoje dois anos só sabe ser campeã. Para terminar, para todos os sportinguistas: nós respeitamos muito os nossos rivais, mas nós queremos mesmo muito o tricampeonato.”
As segundas palavras de Frederico Varandas foram direcionadas ao seu grande rival 🗣️
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