Luís Godinho fez a antevisão ao dérbi na final da Taça de Portugal entre o Benfica e o Sporting

Na conferência de imprensa que antecede a final da Taça de Portugal entre Sporting e Benfica, marcada para este domingo, 25 de maio, às 17h15 no Estádio do Jamor, o árbitro Luís Godinho falou à imprensa, acompanhado pela sua equipa de arbitragem, sublinhando a preparação cuidada para o clássico.
«Prepara-se como qualquer outro jogo. Todos os fins de semana devemos preparar cada jogo como uma final, no detalhe e no pormenor. Um perfeito conhecimento dos intervenientes, das táticas, de momentos como a alteração do marcador condicionam a equipa de arbitragem. Preparamos com a máxima informação para dar a resposta desejada por todos», começou por afirmar.
Sobre a ligação com o público, destacou: «Por experiência própria, acho que é benéfico para todos a aproximação da equipa de arbitragem aos espectadores e adeptos. Quem está aqui são homens e mulheres com vontade de fazer bem e o melhor para todos. Críticas? Desde que me lembro que assim é. O que faço e o setor da arbitragem faz é proteger-se, com respeito pelos intervenientes, e tentar abstrair do que não nos diz grande importância. Focamos no nosso trabalho. Podemos cometer lapsos, mas trabalhamos para não os cometer na semana seguinte».
Acrescentou ainda que a preparação vai ao detalhe: «Tentamos preparar o jogo com a máxima informação e ter vários planos de ação. As entradas em campo dizem respeito aos intervenientes e a nossa estratégia depende da forma como entrarem em campo, para ajustar à nossa estratégia. O politicamente correto é dizer que a equipa de arbitragem apitará o que o jogo pedir, mas tudo muda. É o senso comum para não ‘estragar’ o jogo no sentido do espectador. Uma palavra para disfrutar o jogo e esquecer por 90 minutos a equipa de arbitragem».
Sobre o processo de análise e estudo das equipas: «A preparação é muito competente com qualquer uma das equipas, análises de jogos, esquemas táticos, comportamentos dos jogadores. Depois temos a experiência própria, comportamentos, jogadores com elo de ligação, treinadores. Este é mais um jogo, preparado ao ínfimo pormenor dos esquemas táticos, bolas paradas e alterações do marcador que possam provocar reajustares da equipa de arbitragem. Tudo requererá uma localização de campo diferente para ser proativo e perceber o que o jogador possa fazer, estando preparados para o cenário».
Luís Godinho não escondeu a emoção por estar presente na final: «Tenho recebido muitas mensagens e muitas de apoio. Sou um frequentador assíduo das redes sociais, continuo lá estar e também. Não deixo ninguém sem resposta, aqueles que respeitosamente me interpelam. As pessoas percebem que é um jogo especial. Estou imensamente feliz por estar no Jamor, nesta final, neste palco. É um momento único na carreira de um árbitro. Represento uma classe de arbitragem que veio da base ao topo e sinto muito orgulho em ter esta responsabilidade. No final, que ninguém fale de nós e que se fale muito de futebol».
Sobre o ambiente no estádio e os adeptos: «O comportamento dos adeptos não conseguimos controlar, não está na preparação do jogo. O que quero transmitir é que todos aprendemos com os erros do passado. As pessoas estão mais preparadas para viver o jogo com esta rivalidade que será eterna. As pessoas devem aproveitar para tornar o futebol um entretenimento, de pessoas, de famílias. Todos nós tentaremos fazer algo para as coisas mudarem. Estamos perfeitos? Não acredito, mas para lá caminhamos. Domingo há uma equipa que ganha, outra que perde. Que saibamos ganhar e saibamos perder».
Por fim, deixou uma palavra sobre a gestão dos jogadores em campo: «Total lealdade. Os jogadores merecem total respeito e os capitães são quem maioritariamente pode falar comigo. A lei não pode ser levada ao extremo, há jogadores que não sendo capitães nos ajudam a levar a mensagem aos intervenientes. Quero ser o mais verdadeiro possível, sem histórias de encantar. Dou a minha perspetiva da ótica da minha sensação, sem desvalorizar a abordagem que foi feita de forma respeitosa. Há uma linha que separa as abordagens. Com capitães com experiência espero que sejamos uma boa equipa dentro do que é possível».