Fernando Tavares ao ataque “Noronha Lopes não é gestor, é um advogado mediano”

Fernando Tavares, vice-presidente para as modalidades do Benfica que está de saída após 22 anos no clube, dirigiu uma carta aberta a João Noronha Lopes, candidato às eleições encarnadas, onde tece críticas contundentes à sua forma de atuar e questiona a sua capacidade de liderança.
O dirigente começa por acusar Noronha Lopes de ter “manipulado, condicionado e intimidado as Assembleias Gerais”, promovendo o “chumbo de contas historicamente positivas”. Na missiva, Tavares afirma ainda ter suportado “as suas burrices e desconhecimento do Benfica” durante quatro anos: “Se houvesse próxima vez, tentaria explicar-lhe com bonecos e legendas, como faria com os meus netos, para o Senhor Lopes entender.”
Explica também o motivo pelo qual falou sobre o “segundo lugar no andebol”, sublinhando que tal objetivo “é absolutamente determinante para reter os melhores jogadores”, uma vez que essa classificação “pode permitir a participação na Liga dos Campeões”.
Mais à frente, Tavares reforça as críticas, dizendo: “O Senhor Lopes é fraco e impreparado, mas agora os benfiquistas ficaram a conhecer o pior do candidato: um profundo desconhecimento do Benfica e da sua agenda desportiva.”
O dirigente recorda que o objetivo mínimo do segundo lugar “é uma progressão positiva” e que “ficar em segundo é bem melhor que o primeiro dos últimos”, esclarecendo que nunca afirmou que “o Benfica não deve jogar para ganhar”.
A crítica estende-se também à vertente empresarial de Noronha Lopes: “O Senhor Lopes não é um gestor, é um advogado mediano. (…) Falhou no seu processo de restauração empresarial e tentou explicar o inexplicável através de um strip-tease dos seus rendimentos, que envergonham o Benfica.”
Tavares aproveita ainda para destacar a sua própria experiência profissional: “Eu também fiz uma carreira internacional. Como administrador da BP negociei a entrada das lojas nas estações de serviço em Portugal, Espanha e Itália. Nunca o vi nas negociações; o Senhor Lopes aparecia no final, com os contratos, como um advogado escriba.”
Nas “duas notas finais” da carta, o vice sublinha que o cargo nas modalidades exige total dedicação: “O Vice das Modalidades não pode estar a tempo inteiro, tem que estar a tempo infinito. Não há horas, nem feriados, nem família.”
Critica também a proposta de colocar a equipa de basquetebol na Euroliga, considerando-a “uma megalomania” e “um erro estratégico”, por não ser uma competição reconhecida pela FIBA. Em alternativa, defende a integração do clube na futura “NBA Europa”, cuja criação diz ter promovido junto da BCL.
A concluir, Tavares deixa um aviso e um desejo: “Tudo muito fraco, Senhor Lopes. O Senhor e a sua equipa. A bem do Benfica, espero que nunca concretize a sua intenção de se tornar Presidente, como gosta de assegurar que será inevitável. Resta-me aguardar pela soberana decisão dos sócios e esperar que o Benfica não tenha de passar por essa tragédia, que colocaria em causa o seu futuro desportivo e financeiro.”





