Dani, antigo extremo do Sporting, concedeu uma entrevista ao jornal espanhol As, onde relembrou vários momentos marcantes da carreira e deixou conselhos ao jovem talento do Barcelona, Lamine Yamal.

“A noite? Cuidado e moderação. O mundo do futebol é sempre perigoso”, alertou o antigo internacional português. “O pior é o ambiente: a família, os pais, os companheiros interessados… São muitas as distrações. Luis Enrique diz uma frase que é bem verdadeira: o melhor do mundo, o melhor em tudo, tem de ser aquele que dá o melhor exemplo aos seus companheiros.”

Dani revelou que deixou o Sporting por causa do seu estilo de vida: “Claro que gostava de festas. Saí do Sporting porque a minha vida fora do futebol era muito ativa. Mas mandaram-me para Londres! Quando lá cheguei, a imprensa escreveu ‘tranquem as vossas filhas em casa que o Dani está aqui’. E depois disso, rumei a Amesterdão! E depois a Madrid! Três cidades de pecado. Costumava dizer aos dirigentes ‘estão a brincar comigo?’ A verdade é que jogava futebol, mas gostava mesmo da vida.”

Confrontado com a ideia de que a sua beleza podia ter sido um obstáculo, respondeu com naturalidade: “Possivelmente sim. Mas que podia fazer? Eu não ia fazer uma cirurgia facial para ficar mais feio. Podia ter feito coisas mais ‘de jogador de futebol’, mas era assim que vivia, era assim que era feliz. E sempre segui esta máxima: viver para ser feliz.”

Dani também partilhou memórias da sua relação com Luis Aragonés no Atlético Madrid: “Era um tipo excecional e conhecia o futebol melhor do que qualquer outra pessoa no mundo. Tocava a alma dos jogadores. Fiquei arrepiado quando ganhou o Europeu com a Espanha. Um dia disse-me: ‘Dani, se não te mexeres, vai passar por aqui um cão e vai mijar-te em cima!’”

Do tempo no Ajax, destacou o seu bom relacionamento com Louis van Gaal: “Tive uma relação magnífica com o Louis; é uma ótima pessoa. Perguntava-me ‘como é possível que um jovem de 19 anos como tu se atrase para um jogo?’ E eu respondia ‘não faço ideia. Deitei-me à meia-noite e acordei às 11’. Os despertadores não funcionavam bem…”

Apesar do passar dos anos, Dani confessa: “Já pendurei as botas da noite? De todo, nunca! Mas as minhas filhas têm de ir para a escola às 8 da manhã e às 7 abro os olhos sem precisar de despertador. Sou pai e essa responsabilidade é a primeira coisa que me vem à cabeça. Acredito que os jogadores de futebol devem nascer aos 80 e voltar atrás, como Benjamin Button. Os veteranos sempre me disseram ‘se eu soubesse aos 20 anos o que sei hoje’… E tinham razão.”

Quanto à final da Liga das Nações entre Portugal e Espanha, Dani não esconde o entusiasmo: “Vai ser um jogão. São duas grandes seleções. Um jogo destes não queres que acabe nunca, queres que tenha quatro prolongamentos. Temos de aproveitar jogos assim.”

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