No Tribunal de Matosinhos, durante o processo em que é arguido por alegadamente aliciar jogadores para o Benfica em 2016, César Boaventura afirmou que o FC Porto o contactou para negociar Marega como compensação pelo seu suposto envolvimento com o clube da Luz.

O advogado de Boaventura quis anexar ao processo um documento que alegadamente mostrava o mandato do FC Porto para tratar do negócio, mas o coletivo de juízes recusou, argumentando que Boaventura não apresentou o documento a tempo e que este não era uma prova relevante para o processo. O Ministério Público não se opôs à inclusão do documento, mas o tribunal decidiu não aceitá-lo.

“Não tenho qualquer relação com o FC Porto e é público que houve um encontro entre dois clubes no Hotel Altis com denúncias contra o Benfica. Posto isto, a 18 de dezembro de 2016, fui contactado por alguém do clube do Norte para uma reunião que se realizou num hotel em Esposende. Nesse encontro disseram-me que sabiam que o Benfica estaria a tentar aliciar jogadores e que a minha ligação pública ao clube da Luz era conveniente e seria muito vantajosa para mim”, começou por dizer, fazendo uma grande revelação.

“Fui assim mandatado para negociar um jogador do FC Porto por 20 milhões de euros e a comissão seria de dois milhões de euros. Achei tudo muito estanho sendo eu um inimigo público, para mais quando o Francisco J. Marques disse no Porto Canal para não me deixarem aproximar dos jogadores dos clubes que vão jogar contra o Benfica. Precavi-me e pedi para me enviarem essa mandatória em meu nome, mas o clube do Norte disse que isso iria estabelecer uma relação direta, pelo que me enviaram um mandato em nome de uma terceira pessoa”, afirmou.