Aníbal Pinto, o advogado controverso condenado num caso de extorsão, só agora revelou à Justiça que ele realmente representa Clóvis Abreu, o suspeito em fuga pelo homicídio de um agente da PSP à porta de uma discoteca em Lisboa, em conjunto com dois ex-fuzileiros.

Durante um ano e meio, ele afirmou à Justiça que estava disposto a negociar a rendição do suposto “cliente”, mas sem mostrar a procuração que o tornaria advogado do fugitivo. E o suspeito nunca se entregou. Nesta segunda-feira, o Ministério Público oferece mais uma oportunidade a Clóvis para se entregar.

Por nunca ter apresentado a procuração que comprovasse que representava Clóvis Abreu, Aníbal Pinto não era levado a sério pela Justiça. Tiveram que ignorar as promessas de entrega de Clóvis, que nunca se concretizaram. A Polícia Judiciária insistiu várias vezes junto da mãe do fugitivo, que era a única pessoa legalmente autorizada a representá-lo, entregando-lhe notificações do Ministério Público para que o filho se entregasse.

Na semana passada, Aníbal Pinto, após ter sido condenado a uma pena de prisão suspensa por tentativa de extorsão ao fundo de investimentos Doyen, em conjunto com o hacker Rui Pinto, voltou a envolver-se no caso Clóvis. Desta vez, finalmente, apresentou a procuração que o autoriza a representar o suspeito.

Ele anunciou que o cliente, que estava no estrangeiro, desejava ser interrogado em Lisboa no sábado, dia 16. Recebeu uma resposta da procuradora do caso, solicitando que se apresentasse na segunda-feira de manhã, dando-lhe assim outra oportunidade para dar a sua versão dos acontecimentos que levaram à morte do agente Fábio Guerra à porta da discoteca MOME.