Na conferência de imprensa antes do jogo com o Arsenal, válido pelos oitavos de final da Liga dos Campeões, Sérgio Conceição previu que o FC Porto enfrentaria dificuldades naturais, dada a força do time inglês.

“Penso que todos conhecem esta equipa do Arsenal, que compete numa das grandes ligas europeias. Tem uma qualidade enorme, com um treinador que está há cinco anos e que adquiriu jogadores de grande qualidade. É uma equipa capaz e forte em todos os momentos do jogo, situando-se no top-3 em termos de valor de mercado. Estamos perante duas equipas com histórico europeu e temos a nossa própria história; estamos habituados a competir nesta competição, mas isso por si só não decide o jogo”, afirmou.

Conceição reconhece que a sua equipa pode ter de adotar abordagens diferentes para lidar com o Arsenal.

“Dadas as características dos jogadores do Arsenal, precisamos de estratégias diferentes, tal como faremos no próximo jogo, em Barcelos, porque têm jogadores diferentes. É uma equipa muito forte em momentos distintos do jogo, com enorme talento individual, que pode resolver em determinados momentos. Também temos a nossa qualidade. O Arsenal sabe acelerar o jogo como ninguém, os alas criam dificuldades no um contra um, os médios têm grande capacidade de infiltração, e a equipa está muito presente no último terço do campo. A dinâmica do jogo vai depender disso e de algumas situações que surgem dessa postura ofensiva, o que depois nos permite explorar o que precisamos. Temos de ser muito competentes em diferentes fases do jogo. É fundamental compreender que a coesão defensiva será a chave”, referiu.

Apesar do favoritismo do Arsenal, Conceição enfatiza que o único resultado positivo é a vitória.

“Não podemos fugir ao que somos como equipa, mas também não podemos ignorar o adversário. Há muito material e conteúdo para analisar; a nossa sessão de vídeo é um pouco mais longa. Ainda teremos mais um treino amanhã. O único resultado positivo é sempre ganhar”, disse.

Conceição reconhece que este é o jogo mais difícil da temporada.

“Teoricamente, talvez, seja o adversário que pode causar mais dificuldades, mas isso depende do que fizermos em resposta ao adversário. Precisamos de um FC Porto muito intenso, agressivo, e que entenda quando e onde pode pressionar, porque corremos o risco de dar ao Arsenal o que eles gostam, de nos colocarmos em situações complicadas. São jogos de alto nível, ainda mais nesta fase, por isso estamos a prestar mais atenção aos detalhes na preparação. Há tanta qualidade para neutralizar e tantas oportunidades para explorar que os vídeos são mais longos, e é necessário introduzir algumas coisas nos treinos. Gostaríamos de ter uma semana mais tranquila, mas num clube grande é assim”, sublinhou.

Quanto à piada de José Eduardo Moniz sobre as agressões na AG de 13 de novembro, Conceição preferiu não comentar, seguindo o conselho de Pinto da Costa de ignorar totalmente. “No comments”, disse o treinador.

Por fim, Conceição dirigiu uma nova mensagem aos adeptos, após uma presença menos entusiasmada no último jogo contra o Estrela da Amadora.

“Espero sempre o mesmo dos adeptos desde os meus 15 anos nesta casa: um público apaixonado a apoiar a equipa. No último jogo, senti o público um pouco mais frio. Posso entender, e os adeptos têm sempre razão. Vínhamos de uma derrota que ninguém esperava. Não precisamos do 12.º jogador, mas do 1º, que são os adeptos”, concluiu.