As declarações de José Mourinho após a goleada do Benfica ao AVS

Após o triunfo do Benfica por 3-0 frente ao AVS SAD, José Mourinho comentou em conferência de imprensa os pontos-chave do encontro e a sua chegada ao clube.
O técnico começou por destacar a diferença entre as duas partes: «A última coisa que quero é ser eu a analisar aquilo que nós conseguimos mudar. O que conseguimos mudar, é que no último jogo empatámos e que hoje era importante ganhar e fizemo-lo. (…) Na primeira parte viu-se uma equipa que quis muito, mas nervosa, que perdeu demasiado a bola. (…) Na segunda parte só precisei de libertar os meninos e de lhes transmitir uma atitude ganhadora. Eles aceitaram bem essa confiança, jogaram verdadeiramente bem, fizemos 2-0, 3-0 e o jogo acabou. Mais importante são os três pontos».
Sobre o regresso a Portugal e os 25 anos de carreira, Mourinho admitiu: «25 anos? Disse que não vinha para celebrar a carreira, mas até antes de chegar ao estádio, tu sentes o benfiquismo. Confesso, sem problema, que no final do jogo pensei que foram 25 anos que passaram a voar, mas que não mudaram a minha natureza e forma de estar».
Relativamente ao impacto que quis causar no plantel, o treinador frisou: «Nós, treinadores, somos todos diferentes. (…) Com este pouco tempo, quis dar estabilidade aos jogadores que vinham jogando sempre. (…) Bola parada defensiva não mudei, não quis mudar porque estava feito e bem. (…) Trabalhámos ontem, uma horita e meia. Agradeço aos jogadores o profissionalismo e a maneira como me receberam. (…) Se tivéssemos perdido, era um desastre em termos de pontuação. Ganhando, não era fenomenal. Eles precisavam de ganhar depois de uma derrota pesada. Eu disse que foi bom, mas nada de extraordinário, despachem-se que amanhã há treino de manhã».
Questionado sobre um possível futuro na Seleção, Mourinho respondeu:
«Sempre senti que ia voltar a Portugal, para a Seleção Nacional. Sinto que um dia vai acontecer. Mas o Benfica é um clube gigante e não digo isso por estar no Benfica. Já tinha dito isso antes, quando era treinador do Fenerbahçe. (…) Temos de esquecer os sentimentos, perdemos pontos num jogo em que não podíamos e temos de recuperar».
Quanto à decisão de regressar, explicou: «A nossa casa principal de família é em Londres. (…) Vim para treinar um grande clube, um gigante. Real Madrid, Inter, Manchester, Roma… Estive em grandes clubes, mas tive a oportunidade para treinar um gigante e foi isso que me trouxe. (…) Tenho contrato de dois anos, vim para aqui para trabalhar, sentir-me responsável e para me pôr à prova. (…) Estou super contente pela dimensão do clube e pela responsabilidade».
Sobre a resposta dos jogadores em campo:
«Obviamente que agora são dois dias de recuperação. (…) Pressionámos de maneira diferente, posicionámos com bola de maneira diferente. Na segunda parte tivemos melhor jogo posicional. (…) Grupo amigo, miúdos jovens. Miúdos giros, aquele pessoal que cresceu no Benfica, parecem verdadeiramente irmãos. O Tomás com o António, o António com o Rego, o Rego com o Veloso. É um grupo bonito».
Por fim, deixou uma mensagem sobre a ligação ao FC Porto:
«Ao dizer que o Benfica é um dos maiores clubes do mundo, não disse que o Porto não é. (…) Eu não vim para o Benfica para chatear o Porto. Vim para o Benfica para usufruir da possibilidade de treinar a um nível alto e de um clube com ambições altas. (…) O Porto é parte importantíssima da minha história e eu sou parte importantíssima do Porto. (…) Decidimos: vamos a diversos sítios, mas só em clubes que estejam a ganhar. (…) Vou ao Dragão sem nenhuma intenção».